quinta-feira, 31 de março de 2011

Teoria passada a limpo.

Esse é o título de uma reportagem da Revista Nova Escola ANO XXVI, Nº 240 - Março de 2011 que nos faz considerações a respeito de um aspecto, que embora muito utilizado em nosso cotidiano pedagógico, é na maioria das vezes mau compreendido: o tal do "conhecimento prévio".
O texto é de Elisangela Fernandes e segundo ela...

"...não há (ou pelo menos não deveria haver) professor que inicie a abordagem de um conteúdo sem antes identificar o que a sua turma efetivamente conhece sobre o que será tratado".
Tal tarefa é fundamental, principalmente quando tratamos de Educação inclusiva: educação para todos, na perspectiva que envolve não só o conhecimento científico, mas o desenvolvimento integral do sujeito...comecemos então, pelo princípio: o respeito sobre aquilo que a criança já construiu, dando a ela a oportunidade de crescer sempre, ampliando seu repertório intelectual. É sabido que "...dependendo da qualidade das interações de cada sujeito com o meio, as estruturas mentais - condições prévias para o aprendizado, vão se tornando mais complexas até o fim da vida". Não quero me deter neste momento à teoria piagetiana, que foi quem deu inicialmente corpo a este conceito de "conhecimento prévio".
Quando tratamos de estruturas mentais, vale lembrar que a proposta pedagógica na qual o trabalho do Atendimento Educacional Especializado esta pautado, principalmente nas escolas especiais, ligadas à FCEE, está direcionado ao desenvolvimento das estruturas mentais superiores, já que crianças com deficiência intelectual apresentam muitos prejuízos quanto ao desenvolvimento dessa área, necessitando então de maior estímulo. Como cita a reportagem, "tais estruturas são condições prévias para o aprendizado".
Mas vamos ao primeiro ponto que gostaria de enfatizar:

  • Comumente, nós professores, até realizamos a "sondagem do que a turma sabe, por considerar isso muito importante, mas efetivamente não utilizamos as informações coletadas, no trabalho diário, pois o planejamento é aquele que já veio pronto do ano passado; é aquele que copiei do livro didático, ou melhor, da internet; ou simplesmente, acabo dando maior valor ao planejamento de ensino do que à aprendizagem dos alunos...aí, pouco importa se ele está vinculado ou não aos seus interesses, necessidades ou enfim, aos seus conhecimentos prévios. Boas aulas são dadas e o conhecimento é transmitido. Não aprendeu? Reprova!

Será que estou muito equivocada ou situações assim ainda acontecem???



  • Segundo ponto: muitas vezes, as sondagens são realizadas como forma de conversas, diálogos no início das aulas, entrevistas com os alunos, assim...de forma informal, como dizemos. Mas a autora ressalta que "essa raramente é a melhor estratégia".

Pois é, mas como fazer então? "O caminho mais indicado para identificar os saberes dos estudantes é propor situações-problema, desafios que os obriguem a mobilizar o conhecimento que possuem para resolver determinada tarefa" afirma Regina Escarpa Coordenadora Pedagógica de Nova Escola.



  • Outro aspecto que me chamou muita atenção foi o fato de que "vale pôr em xeque a tese de que todos os saberes que uma turma possui sempre colaboram para a contrução de um conhecimento". Isso pode ser relacionado à presença de muitos mitos, vícios culturais ou hábitos e vivências empíricas, que podem se tornar obstáculos à afirmação de conceitos científicos, por exemplo.

Um útlimo ponto e não menos importante é:



  • esclarecer a diferença entre conhecimentos prévios e os chamados pré-requisitos, que apesar de serem usados habitualmente como sinônimos, podem ser definidos como: "Enquanto o conheciemtno prévio diz respeito aos saberes que os alunos já possuem, os pré-requisitos constituem uma lista, muitas vezes arbitrária, de conteúdos e habilidades sem as quais, teoricamente, não seria possível avançar para o conteúdo seguinte".

"Trabalhar com conhecimento prévio em vez de pré-requisitos, aprimora o ensino" finaliza Regina.


Podemos concluir então, neste caso, que muitos dos alunos com deficiência intelectual incluídos na Rede Regular de Ensino têm sido "prejudicados" ou impedidos de avançar na sua escolaridade, justamente por causa desses tais pré-requisitos, ou não?

"Na alfabetização, por exemplo, pensava-se até pouco tempo wue conhecer as letras do alfabeto era um pré-requisito para começar a escrever. Hoje, as pesquisas psicogenéticas mostram que isso não é verdade, já que as letras do próprio nomefuncionam como referencial para as crianças arriscarem a escrita". Desculpe-me por alongar tanto esses rabiscos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário