sábado, 14 de abril de 2012

O Blog Deficiente Ciente é editado por Vera Garcia, Pedagoga e Blogueira. 
Apresenta excelente conteúdo, aborda variadas temáticas e,o que é melhor, está sempre atualizado.
"Busca a democratização da informação e contribuição para uma inclusão de qualidade".  
Características de uma blogueira de fato, na minha opinião.
Faça o acesso e conheça-o melhor. 
"Deficiente Ciente"

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Inclusão: um processo ainda em discussão!

Desde o dia em que recebi o exemplar da Revista Nova Escola, em pleno domingo de manhã, estou sentindo "aquela dor doída" de que fala Rubem Alves quando quer se referir ao ato criativo de escrever.
Uma semana se passou e as inquietações só aumentaram. E, enfim, "para me livrar da dor" estou aqui, escrevendo esta postagem.
Após folhar rapidamente a revista logo cheguei na página 28: "Nova escola Discute" : contempla uma reportagem escrita por Beatriz Santomauro sobre INCLUSÃO.
O título "Ameaça de retrocesso paralisa a Inclusão" considera que "novas políticas podem minar avanços obtidos nas últimas décadas no atendimento de alunos com necessidades educacionais especiais".  Essa temática é desenvolvida por meio da crítica ao Decreto nº7611/2011 promulgado pela Presidente Dilma Roussef em novembro do ano passado que estabelece regras bastante questionáveis em sua Política Nacional de Educação Especial. Embora o MEC tenha lançado uma Nota Técnica nº62 orientando os Sistemas de Ensino, muitas dúvidas ainda são lançadas em discussão. 
Mas não meu objetivo, nesse momento, não é discutir a viabilidade desse decreto, e sim fazer uma espécie de "análise do discurso" para refletir sobre o quanto nosso pensamento excludente pode estar presente mesmo em nossas falas inclusivas.
Ao relatar algumas orientações dadas no decreto 7611/11 o texto diz:
  • "As mudanças são sutis, mas permitem, por exemplo, que o estudante com NEE volte ocupar o ambiente segregado e que não favorece o seu aprendizado e sua participação efetiva na sociedade".
Eu sinceramente não acredito no que acabei de digitar!
Embora as escolas especiais não tenham feito parte do sistema de ensino comum, por longos anos, este fato não lhes remete caráter segregatório! 
Não! Isso só para quem desconhece o trabalho desenvolvido por Instituições organizadas em todo nosso país pela sociedade para dar conta do atendimento às pessoas com deficiência segregadas sim, pelo Estado, que ignorou por muito tempo, suas especificidades e seus direitos mais elementares. 
E se, ao longo de todos esse tempo, não tivessem existido?
As escolas especiais cumprem com excelência seu papel de "promover e articular ações de defesa dos direitos das pessoas com deficiência [...] numa perspectiva de inclusão social de seus usuários". Ampliam, cada vez mais,  sua estrutura pedagógica e técnica multidisciplinar promovendo o desenvolvimento e  preparação de seus educandos para a vida em sociedade. Sua forma suplementar e complementar traz contribuições para o processo de inclusão social.
  • "Via de regra, no entanto, elas (as escolas especiais) não possuem estrutura adequada para ensinar os conteúdos curriculares"
Não possuem e jamais deverão preocupar-se com isso!
Educação não significa acúmulo de conhecimentos e, conhecendo muitas pessoas com deficiência, desde a sua infância (ao longo dos meus 15 anos de trabalho na educação especial) até a sua vida adulta, posso considerar que o que elas menos necessitaram em toda a sua vida foi de conteúdos curriculares! Educação é um processo bio-psico-social.
Compreende, dentre vários aspectos, a conquista da autonomia, do desenvolvimento integral e o respeito aos direitos essenciais para uma vida de qualidade, incluindo, é claro, conhecimentos e saberes.
  • Seguindo em frente: "O esforço, agora, continua nas mãos dos pais e responsáveis, que decidem onde matricular esses alunos. Cabe à eles batalhar para que o caminho trilhado nos últimos anos siga vencendo a exclusão. E assim, o acesso à Educação será garantido e todos terão mais chances de ter suas individualidades respeitadas". 
As famílias tem se esforçado, responsavelmente, para cumprir com as determinações legais, para enfrentar os preconceitos sofridos por seus filhos, para vencer batalhas diárias nesse processo de inclusão que se pretende consolidar. Lutam por seus filhos. Acreditam neles! Cumprem com o seu papel de ensinar o valor da vida e acompanhá-los nela.
E o Estado? Institui políticas públicas que fortaleçam os ideais de uma educação que se proponha inclusiva e garanta a construção do conhecimento de forma significativa e colaborativa? Preocupa-se com a acessibilidade, como atendimento da saúde e da assistência social?
E os sistemas de ensino? Estão melhorando suas estruturas e propostas pedagógicas para garantir a aprendizagem destas crianças? 
E as escolas? Estão dispostas a abandonar metodologias tradicionais e o ensino fragmentado, além da avaliação classificatória? Deseja ser uma "escola para todos"?
E os professores? estão em formação permanente? São mediadores na aprendizagem ou meros transmissores de conteúdos? 
E a sociedade? Promove a inclusão ou perpetua valores que discriminam as pessoas?

Há muito que se fazer, não é mesmo?
Enquanto educadora defendo a inclusão de fato.
Como principio e prática emancipatória.
A educação inclusiva é meu objeto de estudo e
norteia a minha profissão.
A inclusão escolar, avançou muito em nosso país, já subiu o primeiro degrau: permitiu o acesso das crianças com deficiência às escolas regulares. Isso, já há bastante tempo.
Mas e agora?

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Hoje  participei da Aula Inaugural oferecida pelo Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Educação - Mestrado Acadêmico com a presença da Professora Doutora em Educação Ione Ribeiro Valle que atua na Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC.
O tema desenvolvido em sua palestra foi "Educação escolar e justiça social" sob perspectivas teóricas ligadas à filosofia política e às ciências sociais com o objetivo de ampliar as reflexões teóricas acerca de uma educação de qualidade. 
"O que é uma escola justa?"
Um momento de muita reflexão e novas aprendizagens.
Para o processo de seleção do Mestrado também fiz a leitura de um de seus textos "Política Educacional Brasileira e Catarinense(1934-1996): uma inspiração meritocrática". 
Um artigo no qual, em resumo, as autoras investigam "a concepção meritocrática presente nas políticas oficiais destinadas à educação brasileira e catarinense ao longo do século XX".
Quero deixar a indicação de um de seus livros que adquiri no dia de hoje:
"Sociologia da Educação: currículo e saberes escolares"
"Nesta obra, que situa as mudanças que vêm ocorrendo no campo da educação e do currículo, num quadro de transformações históricas profundas, o alvo são os saberes escolares, vistos a partir de perspectivas teóricas  desenvolvidas na Grâ-Bretânha, nos Estados Unidos e na França, que tiveram grande repercussão no Brasil. A inspiração maior vem da aposta que se faz no poder da escola [...] ela é uma (talvez a única)instituição social que ainda se mantém acessível à discussão, ao debate, à negociação, à participação.  Nada, portanto, pode impedi-la de se tornar um espaço irradiador de saberes [...] contribuindo assim para dotar principalmente as novas gerações de instrumentos de análise, de reflexão e de ação política consciente". 
(TEXTO EXTRAÍDO DA ORELHA DO LIVRO) 

"Karyne, pela oportunidade de desenvolver
uma crítica profunda sobre a educação"
Lages, abril/2012
Ione

02 de Abril: Dia Mundial de Conscientização do Autismo

Via facebook: autismo e imagens por Cláudia Leão Silva (álbuns)

domingo, 1 de abril de 2012

Clínica Interdisciplinar - APAE de Curitibanos

Ontem, dia 31 de março, foi inaugurado na Sede da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais/APAE de Curitibanos o Centro de Atendimento Interdisciplinar que oferecerá atendimento nas áreas de psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional e assistência social aos seus alunos como forma de contribuir para o seu desenvolvimento integral e, consequente, inclusão social.
Abaixo, a foto oficial do dia, com alguns dos nossos alunos e a nossa Presidente, Magali Marlene Scur Mallinski que vem desenvolvendo um exemplar trabalho à frente de nossa Diretoria.
Em seguida, alguns dos alunos da Turma de Oficina Protegida Terapêutica 
de Papel Reciclado com a qual eu estava trabalhando este ano.
(da esquerda para a direita: Oziel, Silvia, Adão, Catarina, Alan, Lindamar, Alcidina e Claudinei)